segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Calou-se o comandante, por Ricardo André Vasconcelos

Abaixo, reproduzo a boa leitura do texto do amigo e jornalista Ricardo André Vasconcelos sobre a morte do Fidel Castro.

Calou-se o comandante


Das ruínas do socialismo sobrou o sorriso do mais carismático de seus líderes e, sem dúvidas, uma das personalidades mais amadas e odiadas da segunda metade do século XX. Fidel Alejandro Castro Ruz morreu na madrugada deste sábado, aos 90 anos, sem sua Cuba.
A geração que começou a tentar entender alguma coisa no final dos anos 70 e início dos 80, foi apresentada ao “comandante” pelo jornalista e escritor Fernando Moraes, com o seu livro “A Ilha”. Apesar de apontar avanços e problemas na pequena ilha do Caribe, que àquela época contava com menos de três décadas de governo revolucionário, aquele quadro de analfabetismo zero e acesso de todos à saúde, encantou os jovens que ainda sonhavam transformar o mundo numa sociedade só de iguais.
Mais que isso, a mim particularmente encantava como uma pequena ilha distante 165 km de (Key West,em Miami, Flórida), enfrentava — com êxito — a maior potência militar do Planeta. A proximidade é tanta, que os cubanos dizem, talvez com uma dose de exagero, que do Malecon (dique que protege o centro da capital da Baía dos Porcos), é possível avistar as luzes de Miami em noites de lua nova.
Exagero ou não, Cuba esteve na mira e nos calcanhares dos norte-americanos desde que Fidel e seus companheiros desceram a Sierra Maestra para derrubar o ditador Fulgencio Batista; depois de virem do México a bordo do legendário “Il Granma”, pequeno barco que virou monumento público numa praça de Havana. Inúmeras foram as tentativas eliminar Fidel, ou tomar mesmo o país, como tentou o não menos legendário (talvez injustificadamente) Kennedy, com a frustrada tentativa de invasão da Baía dos Porcos, em torno da qual se situa Havana.
Meses depois, Cuba foi o centro do mundo e o estopim de uma quase-guerra total, quando o líder soviético Nikita Kruschev mandou instalar mísseis no interior da ilha e apontados diretamente para os EUA. A crise ficou conhecida como “os treze dias que abalaram o mundo” e contornada pela diplomacia K&K (Kennedy-Kruschev).
Na verdade, no ápice da Guerra Fria, Cuba era a ponta de lança dos soviéticos, que trocavam petróleo pelo açúcar e mantinha uma economia artificial financiando um meio-socialismo que alguns críticos apontam como marketing de um sistema que já se mostrava impossível.
Em 1991 estive em Cuba em visita oficial acompanhando o então prefeito Anthony Garotinho, de quem era secretário de Comunicação. Cheguei ao aeroporto José Marti (um pouco maior que o nosso Bartholomeu Lysandro) com sonhos e ilusões numa pequena mala.De fato, durante uma semana, vi boas escolas e avanços na área de saúde preventiva e pesquisas científicas, mas também algumas decepções: vigilância exacerbada, mendicância no coração da Havana Velha, serviços públicos (todos os serviços na época eram públicos) muito deficientes e o pior: o comandante estava inacessível em uma de suas muitas casas onde se escondia quando estava sujeito a atentados reais ou fictícios. Naquela semana de 1991, quatro opositores do regime tinham sido fuzilados no paredão.
Sim, Cuba, a romântica ilha que ainda guarda no Restaurante Floridita a mesa onde Ernest Hemingway tomava seus daiquiris, a Cuba livre de nossos sonhos e da ternura que não se perderia jamais, era sim, uma ditadura com seus esqueletos, como qualquer outra.
Ausente do poder há quase uma década por causa de doença e com o poder repassado ao irmão Raul, Fidel já tinha virado lenda em vida e caberá a história julgar seu legado.

(Ricardo André Vasconcelos)



terça-feira, 22 de novembro de 2016

Abrigo João Viana precisa de ajuda


O Abrigo João Viana, em Campos, continua precisando do apoio da população para manter a alimentação de seus internos, uma vez que a entidade sobrevive com dificuldades.

As pessoas que puderem ajudar com alimentos como açúcar, feijão, arroz, óleo, café e leite para alimentar os pacientes que são assistidos pela casa, devem encaminhar o material ao prédio do Abrigo, que fica localizado à Rua Machado de Assis, 49, proximidades da Rua Alcebíades Pessanha, também conhecida como Rua das Palmeiras.

Como referência, o prédio fica a cerca de 200 metros do Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, antigo Convento dos Padres Redentoristas.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Família encontra menina desaparecida

A estudante Julia Ferreira, de apenas 11 anos, que estava desaparecida desde a última sexta-feira, foi encontrada pela família nessa quarta-feira.

O blog, que noticiou aqui o desaparecimento, divulga a informação com o mesmo alívio que a família deve estar sentindo pelo desfecho e pelo fato de ela já estar em casa.

Ainda bem.




quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Fim de um ciclo?



O ano era 1988. A então promessa no meio político, que tinha sido bem votado em pleito anterior para a Câmara de Vereadores de Campos (mas sem se eleger pelo PT), Anthony Garotinho acabara de se eleger como o prefeito mais jovem da cidade, pelo Movimento Muda Campos. Nos quatro anos que se seguiram, realizou, contando com um grupo de gente bem intencionada, uma administração relativamente interessante para os padrões da época, o que fez com que sua popularidade aumentasse a passos largos não só em Campos, mas chamando a atenção da imprensa nacional, onde começava a se projetar.

Desde aquela época já dera sinais de que sua ambição política não ficaria restrita aos limites do município onde nascera. Elegeu seu sucessor, Sérgio Mendes, em 1992, mas logo que percebeu que nem todos estavam dispostos a segui-lo cegamente, tratou de romper com o jornalista que antes considerava ser seu amigo. De lá para cá, colecionou um número considerável de ex-amigos, em que constam nomes como Arnaldo Vianna e o compadre Fernando Leite Fernandes, por conta da sua busca megalômana do poder pelo poder, entre tantos outros que dariam uma lista grande.

Não à toa, depois de deixar Campos em segundo plano, no meio do segundo mandato como prefeito — 1997-1988 —, consegue se eleger governador do Estado do Rio de Janeiro, mas ainda era pouco. Decidiu, então, tentar a Presidência da República, numa eleição em que ficaria em terceiro lugar, em 2002. E mesmo não obtendo sucesso no plano nacional, a mulher, Rosinha, se elegeria governadora no primeiro turno.

Depois de um tempo colecionando inimigos por onde passou e sem os mesmos espaços no Rio de Janeiro, onde sequer conseguiu disputar, em 2014, o segundo turno para o Governo do Estado — ficou atrás de Luiz Fernando Pezão e Marcelo Crivella — emplaca a mulher como prefeita de Campos (2008/2002 e 2013-2016), que se reelege, mas não consegue fazer o sucessor dela. Num desempenho pífio, o candidato apoiado pelo antes todo poderoso, Dr. Chicão sequer chega ao segundo turno no pleito deste ano. Teve que assistir a uma vitória acachapante do candidato Rafael Diniz (PPS) à prefeitura da cidade. A derrota, em parte, teria se dado porque o cacique do PR forçou demais a barra para tentar a eleição de seu candidato à sucessão de Rosinha em primeiro turno. Mas é de bom tom considerar que a população também se encheu de ficar em segundo plano.

Mas o que Garotinho certamente não contava era que a derrota de Dr. Chicão dava início à derrocada de seu grupo. E, para isso, contribuiu, e muito, a descoberta do “escandaloso esquema” de suposta compra de votos utilizando o programa Cheque Cidadão, que pulou de 12 mil para 30 mil praticamente às vésperas da eleição. O que se seguiu já é de conhecimento de todos e infelizmente, colocou Campos dos Goytacazes mais uma vez em manchetes negativas em praticamente todos os sites do país.

A prisão do secretário de Governo da administração Rosinha, nesta quarta-feira, embora não tenha sido surpresa pra ninguém, diante das consistentes provas conseguidas pela Polícia Federal, pode, sim, ser o início do fim de um ciclo de um político que continua suscitando reações das mais variadas na opinião pública, de um modo geral: há quem o odeie e há quem o ame. Em ambos os casos, reações ao extremo.

Como o ditado aponta que contra fatos não há argumentos, pode ser que a população que decidiu romper com esse ciclo de poder, votando na oposição, tenha deixado claro ter se cansado de mais do mesmo.

Mas isso só o tempo dirá.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Menina desaparece e família faz apelo



A estudante Júlia Ferreira, de apenas 11 anos, está desaparecida desde a última sexta-feira, quando foi para o Liceu de Humanidades de Campos, onde estuda.

A família pede a quem souber de qualquer informação que possa ajudar a localizar o paradeiro de Júlia, que entre em contato com a avó, Marizeth, pelo celular (22) 9-9993-3576.

A menina mora no bairro Nova Brasília e está usando o uniforme do Liceu.

A família informa ainda que já procurou em todos os lugares e com pessoas possíveis, como no próprio colégio, colegas, amigos, mas ainda não teve nenhuma notícia.

O blog reforça o apelo a quem puder ajudar.